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The Boys (3º Temporada) | Crítica

Mais sangue, mais crítica, mais violência, mais...

The Boys

ESTE ARTIGO NÃO CONTÉM SPOILERS

Publicado por: Lexrenato

Lançada no dia 3 de junho no Amazon Prime Video, a 3º temporada de The Boys chegou para roubar as atenções mais uma vez. Agora, o grupo de rapazes (e algumas moças), investiga a possibilidade de existência de uma arma capaz de matar o temido Capitão Pátria (Antony Starr), e partem nessa aventura que já prometia muitos problemas.

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Como já era de se esperar de uma verdadeira sátira, a série continua a desvirtuar toda a ideia de super-heróis criados por produtoras como Marvel e DC. Além da total destruição da visão de Liga da Justiça, há agora também uma completa inversão de valores do Capitão América, satirizado agora pelo personagem Soldier Boy (Jensen Ackels). Para piorar (ou melhorar), é feita uma verdadeira zoação com o “Imagine” – vídeo que ficou famoso nas redes sociais, em que foi protagonizado por alguns artistas e encabeçada por Gal Gadot. Além disso, é levada à tela as habilidades, ou talvez fetiches sexuais de Profundo (obviamente uma piada com Aquaman). É uma “cutucagem” que não acaba mais.

Para além da zoação do seu próprio produto base, a série satiriza também com certos momentos sociais: Em certo episódio, enquanto fumava um cigarro de maconha, Soldier Boy comenta que passou um tempo considerável prendendo pessoas por aquilo. Aqui, os criadores sutilmente criticam a caça descontrolada por usuários da droga. Já em outro momento, Capitão Pátria afirma que não há ameaça alguma na cidade, e que as pessoas podem continuar saindo de suas casas normalmente – uma clara comparação ao discurso de Donald Trump durante a pandemia. Com esses temas, e com outros mais, a série se volta novamente à criticar extremistas de direita (como fez com a personagem Nazi da temporada passada), que por muitas vezes exaltam desinformação e buscam controle a base do medo. Independente de qual seja sua posição sobre tais temas, esse subtexto está lá, goste você ou não. Apesar dessa problemática ser facilmente observada aqui no Brasil, é importante relembrar que as críticas são à cultura dos EUA.

Soldier Boy

Deixando de lado esses subtextos, que são sim detalhes essenciais da obra, The Boys buscou desta vez construir ainda mais a personalidade de seus personagens. Os diálogos, que sempre foram bons, aqui estão ainda melhores. O episódio em que focamos no passado de Billy Butcher (Karl Urban), se utiliza da já batida visita das memórias da juventude do sujeito, mas que, mesmo sendo considerado muito clichê, consegue ainda ser bastante relevante na temporada, pois entendemos muito melhor suas motivações, seus conflitos e suas escolhas. Além disso, o tão esperado episódio Herogasm, nos choca com seus temas sexuais, ao mesmo tempo que entramos em êxtase com uma certa batalha nos minutos finais.

Já sobre o roteiro, como continua cheio de sátira e foca ainda mais nessa construção de personagens, a série ganha ainda mais status entre seus fãs. Tais personagens são todos carismáticos, e nos interessamos por todo mundo que está ali. Em contrapartida, infelizmente os produtores não conseguiram entregar fotografias muito inspiradas, a maioria das cenas são apenas ok (uma ou outra um pouco melhor), enquanto as coreografias das lutas sempre nos lembram que aquilo ainda é uma série, e não um filme de grande orçamento.

Assim, The Boys mais uma vez chega para surpreender o público, causando momentos de algumas risadas e momentos de puro prazer ao vermos o que acontece em tela. No episódio final faltou um pouco de coragem da produção, o que poderia deixar todo aquele conflito ainda mais chocante, porém, mesmo com esse deslize, a temporada nos apresentou momentos e personagens fantásticos, que fizeram dela um marco que será por bastante tempo debatida pelos fãs.

AVALIAÇÃO: 4.0