Doutor Estranho no Multiverso da Loucura | Crítica
Doutor Estranho no mini-Universo da Conveniência
ESTE ARTIGO NÃO CONTÉM SPOILERS
Publicado por: Lexrenato
Considerado um dos filmes mais aguardados da nova fase do MCU, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura chegou em território tupiniquim no dia 04 de maio e já está disponível na grande maioria das salas de cinema.
Antes de partirmos para a crítica propriamente dita, acredito que seja importante deixar um ponto relevante bastante claro. Se tornou comum entre a comunidade de fãs do universo Marvel, o ataque àqueles que não gostaram de alguma obra, argumentando que a pessoa apenas está frustrada pois o filme não atingiu as suas expectativas. Esse argumento se tornou ainda mais forte neste longa em questão, já que muitas teorias foram feitas sobre ele. Pois bem, saiba que ultimamente minhas expectativas para com o MCU estão bem baixas, os filmes infelizmente se tornaram produtos comerciais baseados quase que unicamente no lucro, em quê, a arte de se buscar uma obra coerente consigo mesma, foi sendo deixada pelo caminho. Mas calma, não se irrite, o filme tem sim suas qualidades, e o que importa na verdade para o grande público é se o longa foi divertido, e sim, este é.
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Já jogando de primeira a minha principal crítica: O longa é uma bagunça generalizada! E não por aparecer um monte de personagens aleatórios (que sim, são até legais), e sim porque o roteiro força tantas inúmeras situações, que faz com que pareça ter sido construído numa base de areia. Sim, o roteiro é de longe o principal problema do filme, e junto com algumas decisões da equipe de montagem, o longa se torna desfacelado. Aqui a conveniência é a chave! São objetos que estão exatamente onde deveriam estar para salvar o protagonista e locais/personagens inseridos do nada apenas para fazer com que a história ande. Explicação? Quase nenhuma, e quando tem é um belo “por que sim!”.
O roteiro é tão fraco que não há nada para se elogiar além da ideia, e é exatamente essa a questão, o filme tem apenas uma ideia interessante, uma pena que a execução foi destrambelhada. Me pareceu um grande desperdício de potencial.
Ao menos, Elizabeth Olsen (Wanda/Feiticeira Escarlate) e Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho), estão respectivamente bons em seus papéis, suas interpretações fazem com que o filme não se tornem um completo desastre, já que conseguem fazer com que aquele emaranhado de situações sejam minimamente críveis dentro do seu próprio universo. Mas não se engane, estão apenas no mínimo do que se espera de atores e atrizes desse nível, ou seja, não reproduza o fã que acha que algum deles mereça o Oscar.
Tá, mas e o Sam Raimi? O dito cujo até que tenta, ele consegue trazer uma filmografia agradável, com rodopios de câmeras e zooms característicos que fazem do longa visualmente mais interessante. Famoso por filmes de terror, ele também traz referências a clássicos desse gênero, como O Chamado e o seu próprio Evil Dead. Porém, mesmo com todo o seu talento, o filme fica no “é bonito”, e é apenas isso que tem para oferecer - ao menos para mim.
Por fim, não se preocupe, se você é um fã do MCU e quer saber apenas do desenrolar dessa confusão, tenho quase certeza que irá gostar (e é talvez o que mais importa, não é mesmo?). Como dito anteriormente, a premissa atraí, e o desenrolar deixa aquele velho gostinho clássico das obras da Marvel, “e o que vai acontecer agora?”. O problema é que você estará para sempre preso no próximo filme, fazendo exatamente o que os executores precisam de você; o consumo desenfreado de uma obra atrás da outra.
AVALIAÇÃO: 2,5