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The Batman | Crítica

Cinema em sua mais pura essência!


The Batman

ESTE ARTIGO NÃO CONTÉM SPOILERS

Publicado por: Lexrenato

É simplesmente o melhor Batman (personagem), da história do cinema!

É com essa frase que começo uma das críticas mais prazerosas que fiz. De certo que você já pode ter visto por aí que o filme é realmente fantástico, e por isso, tenho certeza que essa informação não lhe é novidade, porém, ainda assim considero importante deixar claro para você o que irá ler daqui para frente: Uma verdadeira rasgação de seda.

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Pela primeira vez na minha vida eu tive medo de um personagem, isso mesmo, medo! Os primeiros minutos do filme servem para construir o mito do Batman, e em como aquela criatura paira numa Gotham caída em corrupção, e quase totalmente sem esperança. O medo, a que me refiro, é construído através do escuro, da trilha sonora, e em como se apresenta pela primeira vez aquela criatura. Naquele momento eu pensei: “estou vendo algo incrível!”.

De longe, este novo filme do Homem-morcego é o mais belo artisticamente. Quem acompanhava os materiais promocionais, já imaginava a verdadeira pintura que seria o longa, mas, ele consegue ir além das expectativas. O filme apresenta tantas cenas lindas, que com certeza se a Warner fizer questão, o longa estará entre os candidatos do Oscar de Melhor Fotografia. Possivelmente pode estar em outras categorias, mas calma, vamos chegar lá…

Todos os personagens centrais são incríveis. Robert Pattinson (Batman/Bruce Wayne), quase não é Bruce Wayne, em pouquíssimos momentos o ator faz cenas como o milionário, porém, mesmo com poucos takes, eles são o suficiente para demonstrar o quão pesada é a vida daquele homem, o quanto ele sofre em decorrência de seus traumas, e isso é mérito tanto do ator quanto do roteiro. Paul Dano (Charada), apresenta um vilão desequilibrado e inteligente, um inimigo à altura daquele outro desequilibrado vestido de morcego. É graças ao caráter de serial killer do personagem de Dano, que aspectos noir fazem ainda mais sentido, e que vão de encontro direto com o Batman investigativo, uma conexão perfeita! Zoë Kravitz (Mulher-Gato/Selina Kyle), passa toda aquela sensualidade característica da personagem, só que não parando por aí, a moça se mostra uma verdadeira parceira do Batman, aspecto que infelizmente senti falta nos filmes do Nolan.

Falando em Nolan… Eu sei que você quer uma comparação, pois acredito que ela seja sim pertinente. Afinal, The Batman é melhor que The Dark Night? Não, não é, no entanto, ele não deixa de ser um espetáculo. O principal mérito de Christopher Nolan foi o roteiro, claro que o Coringa de Ledger se tornou icônico, mas é apenas graças à complexidade e polidez daquele roteiro, que o longa inteiro ficou eternizado (e não só o vilão). Apesar de ser incrível, Matt Reeves não consegue trazer um roteiro tão bom quanto, e isso fica mais aparente principalmente nos atos finais dos dois longas. Enquanto The Dark Night termina em alta que chega a causar arrepios, The Batman “apenas” termina, deixando aquele gostinho de que algo faltou. Eu não esqueci da cena final, é claro, mas mesmo com a força do personagem sugerido, ela não consegue causar tanto impacto quanto se esperava (ao menos para mim).

The Batman

Mas não se apegue a isso… The Batman é um arraso. O longa se coloca em uma época em que as tecnologias não são tão avançadas, e isso gera um Batman praticamente copiado da animação "Batman: The Animated Series", e não tire isso como demérito, ao contrário, para este que vos escreve, o Batman da animação clássica é o melhor Homem-morcego já construído, e o Batman de Pattinson é quase que uma representação fiel em live-action daquele personagem.

Já este ponto é um pouco polêmico. Acredito que o longa poderia sim ser um pouco menor, suas 2h56min são um excesso, pois em vários momentos é notável o quanto a cena se estende além do necessário. De certo que por algumas vezes a narrativa pede que cenas sejam mais longas, porém, aqui o filme exagera apenas por exagerar. Apesar disso, é importante esclarecer que este aspecto é por muitas vezes subjetivo, então a percepção de excesso pode não ficar aparente para você, tudo depende do quanto gosta de obras investigativas e do quanto pode amar este Batman.

O último aspecto que com certeza merece menção, é a impactante trilha sonora. Variando entre músicas quase em óperas, e rocks clássicos modificados, Michael Giacchino é capaz de causar diversos sentimentos, engrandecendo praticamente todas as cenas. Sendo assim, outra categoria que o longa disputará com facilidade é o Oscar de Melhor Som, isso claro, caso a Warner invista em campanha para a premiação, já que o filme só poderá concorrer a edição de 2023.

The Batman não reinventa o morcego, mas traz o melhor que o personagem pode oferecer: bons vilões, boas lutas... Para além disso, traz também discussões sociais interessantes e atuais, apresenta fotografia e sons beirados a perfeição, e ainda uma fantástica trama investigativa, que é amarradinha do início ao fim. Por isso, e por mais, o filme é sem dúvidas um dos melhores longas do gênero já lançados! Ave Maria, que filme bom!

AVALIAÇÃO: 4.5