Venom: Tempo de Carnificina | Crítica
Se assistiu, melhor esquecer rápido!
Lançado recentemente, Venom: Tempo de Carnificina, veio para dar continuidade a Venom (2018), história que conta como Eddie Brock (Tom Hardy), tem seu corpo invadido por um simbionte do espaço. Já conhece a premissa certo?
continua após a publicidade
Logo de início é possível perceber que o filme abraça totalmente a galhofa, que era moderada no primeiro longa. Com isso, infelizmente, Venom 2 já começa a se tornar um longa enfadonho, pois as “piadas” são em sua grande maioria bastante forçadas. O diretor Andy Serkis, decidiu demonstrar a relação de Brock com o Simbionte como uma relação quase de um casal, em que existem brigas diárias e picuinhas sem muita importância, um estereótipo bem comum. Já nos primeiros minutos é possível perceber a bomba que estamos assistindo.
Um dos principais pontos negativos, se não o pior, é a edição aplicada. É claro que, esse trabalho não é fácil, tendo em vista que o diretor e sua equipe de edição precisam conectar pontos entre as cenas e ao mesmo tempo fazer com que elas sejam dinâmicas, para o público não ficar com aquela sensação de filme “embarrigado” (espaço muito longo em que nada de importante acontece). Pensando nisso, a edição fez tantos cortes no filme, que acredito ter ficado pior que o Esquadrão Suicida (2016), e olha que eu acreditava que não era possível fazer nada pior que aquilo. As cenas de ação são cortadas excessivamente e em muitas delas a cena seguinte tem uma elipse que faz a posterior perder parte de seu sentido. Nos diálogos, são a mesma coisa. Neste aspecto, o longa é um total desastre.
E o que falar do roteiro? Soluções simples, mal planejadas e até diria que ridículas. Como o momento em que Cletus/Carnificina (Woody Harrelson), descobre como que por mágica onde encontra a sua amada desaparecida. Dentre várias dessas cenas, outra que incomoda é quando Brock vai investigar uma área e encontra um coração gravado numa árvore, e por isso já soluciona toda a problemática. Com essas soluções fáceis demais, o roteiro passa a mensagem de que os telespectadores são burros, e que era necessário deixar tudo simples para que eles compreendessem. Eu particularmente considero isso um grande erro.
Para piorar, isso mesmo, ainda piora, os atores estão todos no automático, e chega a ser engraçado como eles mesmos parecem não se importar com o projeto. Woody Harrelson, é um ator bastante maleável e com um repertório de interpretações incríveis, porém, aqui, ele apenas fala, como se estivesse ditando o texto do personagem. Tom Hardy também não se esforça, está apenas minimamente carismático. Há poucos momentos (quase nenhum) em que os personagens demonstram suas emoções, e mesmo quando o fazem, as cenas estão tão superficiais, que você não se importa com nenhuma delas.
Acho que essa é a frase que define melhor esse filme “você não se importa”. Você não se importa com o Venom, com o Carnificina, com a namorada, com o suposto namoro, com a galinha, com o segurança, você não se importa com os efeitos especiais, você não se importa com nada e com ninguém, e isso se deve principalmente ao péssimo roteiro e a direção fraca e sem criatividade. Venom 2 é quase um desserviço.
Não poderia deixar de fazer um breve comentário sobre a cena pós-crédito. É claro que, é muito legal para nós fãs que haja tal conexão entre os universos, com certeza será um interessante crossover, no entanto, ficamos com aquele gostinho amargo, tendo em vista que essa conexão está sendo feita com um filme que é uma completa bagunça.
AVALIAÇÃO: 1.0