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Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa | Crítica

Arlequina

ESTE ARTIGO NÃO CONTÉM SPOILERS

Depois de um sucesso tremendo em Esquadrão Suicida, a Warner não poderia deixar de aproveitar o enorme potencial que a personagem Arlequina tem no cinema, nesse sentido, o filme foi pensando em volta da palhaça do crime, e olha, foi um belo acerto. 

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As integrantes das aves de rapina estão todas bem em suas interpretações. O longa se dá o direito de zombar das falas de Renee Montoya (Rosie Perez), que intencionalmente são pensadas de forma a serem clichês. Caçadora (Mary Winstead), tem o arco pouco explorado, porém a moça tende a roubar a cena quando aparece, tanto por ser engraçada — mesmo não querendo ser — quanto por sua presença forte ou badass. Cassandra Cain (Ella Jay Basco) e Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell) não fazem milagres, mas estão bem para o que o filme exige.

Arlequina (Margot Robbie) é sem dúvidas o centro das atenções, a loira prova o por quê é uma das melhores atrizes de sua época, pois consegue facilmente fluir entre a bobinha que brinca com uma hiena, à louca que se diverte com situações perigosas. Há momentos de virada em que a transição para a seriedade também é muito bem empregada. 

Aves de Rapina

Falando nisso, o longa quase nunca tenta ser sério. Focado em uma ação desenfreada e cômica, o filme está a todo momento mostrando cenas hilárias e a Arlequina quase sempre tem uma frase engraçada a dizer — não que todas funcione é claro — mas no geral, você pouco se cansa e há tempo suficiente entre a sua risada e a próxima cena engraçada. A narrativa busca em Máscara Negra (Ewan McGregor) e Victor Zsasz (Chris Messina) a seriedade que o longa precisa para estabelecer um conflito, no entanto eles não são muito destaque, tanto por serem rasos, quanto pela falta de carisma de seus personagens.

Para além disso, a fotografia é maravilhosa! É cada jogo de cores saltando na tela que deixam as cenas lindas de serem vistas. Os momentos são belos não somente por que são coloridos, mas sim por sua composição de luz, em que os artistas da fotografia souberam deixar cada uma em seu devido lugar criando assim uma grande harmonia, bem longe do show pirotécnico aleatório de Esquadrão Suicida.

Achei louvável ainda, como a direção de Cathy Yan soube tratar de empoderamento feminino sem parecer forçado, algo similar à Mulher Maravilha. As mulheres estão lá vivendo suas vidas e mostrando suas forças, mas sem necessariamente precisarem fazer todo um discurso do impacto do machismo por exemplo. Obviamente tal assunto é importante e deve ser discutido em artes como o cinema, porém aqui o longa prefere deixar muito no subtexto, e uma vez ou outra te dá uma pincelada dessa realidade exploratória. A produção ainda brilha ao colocar Arlequina como narradora e ao fugir de uma exposição linear.

Apesar de tudo isso, o filme infelizmente carece de eventos que elevem a narrativa. O roteiro deixa tudo sempre na mesma linha do horizonte, sendo assim, o longa nunca caí, mas também nunca sobe, o que te deixa com a impressão de que algo deveria ter acontecido para a aventura ser completa. Até mesmo o ápice do ato final não consegue te trazer algum resquício de vibração.

Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa é um típico filme de aventura em que o foco é o entretenimento, e seguindo sua proposta de diversão, o longa se sai muito bem.

AVALIAÇÃO: 3.5 

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Artigo por: José Renato  
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