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1917 | Crítica

1917

ESTE ARTIGO NÃO CONTÉM SPOILERS 

Cotado como um dos favoritos ao Oscar de Melhor Filme — 1917 — é uma grande surpresa para mim, que não estava por dentro dos bastidores até o seu lançamento. A escolha da direção de como contar essa história, foi no mínimo genial. 

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O diretor Sam Mendes encantou o mundo com um longa que promete marcar época. O recurso conhecido como plano sequência — que por sinal é inspiração para o nome desse site — não é novidade, o mesmo já vinha sendo utilizado lá desde 1941 com o clássico Cidadão Kane, porém, o que temos aqui é o ápice da técnica cinematográfica. Talvez quem não esteja tão familiarizado com tal recurso, não saiba a dificuldade que é de executá-lo com primor, desde esconder sombras dos integrantes da produção, à coreografia das cenas. 1917 faz tudo sem o menor deslize.

O longa dá a entender que temos duas grandes cenas de uma hora cada, no entanto, vários cortes estão entre elas, seja em uma bomba, em uma árvore, ou até em um simples túnel em que os atores caminham, tudo isso, repito, feito da melhor forma possível. Apenas um corte é salientado, e bem salientado, como se o filme lhe dissesse: “aqui está um corte, veja, é o único que você vai perceber!”. Mas a intenção de Mendes não é apenas de esconder simplesmente por esconder, na verdade o diretor busca uma sensação mais rica de imersão, para que você sinta toda aquela jornada.

É importante lembrar que tal recurso exige muito de todos, até mesmo da equipe de mixagem de som, que com certeza teve bastante trabalho aqui. 

1917

Engana-se porém, aquele que acha que o filme é feito apenas do plano sequência, ele oferece ainda muito mais do que isso.

Com uma história simples — dois soldados irem de um ponto A ao ponto B — o longa deixa claro ao telespectador que ele precisa estar atento a missão e em como ela avançará, por duas vezes esses mesmos soldados expressam todo o caminho a ser percorrido, para você lá na frente reconhecer por onde eles estão passando. Além disso, o filme tem bastante imediaticidade, situações que te pegam de surpresa e que você pouco saberá o que vai acontecer depois dali.

É incrível também como em dado momento um personagem fica pálido no contar de segundos, é tão natural que é quase real. É uma cena impactante.

Discordo ainda, daqueles que reclamam da superficialidade dos personagens, para mim a intenção aqui é emular os percalços físicos, e fazer com que você sinta até o peso da roupa molhada, porém mesmo assim, você consegue sentir empatia por tais soldados, e até sente o sofrimento de um deles que acabou de conhecer.

Repito que o longa está provavelmente marcando época, é possível que muitos filmes daqui para frente queiram replicar o que essa equipe maravilhosa fez, resta saber se farão com tanta primazia.

1917 já nasceu um clássico!

AVALIAÇÃO: 5.0

Artigo por: José Renato  
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