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Titãs (2º temporada) | Crítica

Asa Noturna

ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS!

A segunda temporada de Titãs finalmente estreou na Netflix, e se demonstrou uma grande decepção para a maioria dos fãs. 

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A princípio algo que me surpreendeu positivamente na série, foi a proposta de ser algo voltado para adultos, dessa forma, a trama tem linguagem imprópria, cenas de nudez, e momentos de violência explícitas, algo não muito comum para esses seriados de pequeno porte. Os rumores indicavam uma temporada mais leve, porém vemos o contrário. 

As interpretações no geral estão todas boas, os atores e atrizes estão claramente se esforçando para dar veracidade a tudo aquilo. Em destaque estão Esai Morales (Slade Wilson/Exterminador), que é sem dúvidas uma das melhores coisas que temos aqui, e Curran Walters (Jason Todd/Robin) que demonstra alguns traumas bem batidos, mas que o rapaz faz parecer menos clichê. Brenton Thwaites também não faz feio em sua interpretação de Asa Noturna, e seu relacionamento com Iain Glen (Bruce Wayne) é bem divertido de ser visto. 

Um adendo importante: o personagem Deathstroke ou Exterminador parece ficar bom em qualquer mídia que o reproduza. 

Deathstroke

Temos ainda os uniformes de Asa Noturna e Exterminador que estão muito bem produzidos. Os dois trajes passam longe do couro de pouca qualidade usado nas séries da CW. Isso dá para Titãs uma aparência bem menos amadora. 

Para começar com as bizarrices, temos um primeiro episódio totalmente desconectado. O episódio tem cara de fim de temporada e isso é por que realmente era, no caso seria o encerramento do arco de Trigon da temporada passada. A produção não teve o mínimo de cuidado para realocar o episódio, sendo assim o próprio ficou sem sentido e prejudicou as duas fases de uma vez só. 

A trama começa a ficar chata quando alguns personagens começam a reviver dramas que já deveriam ter sidos solucionados. Ravena (Teagan Croft) por exemplo, que passou boa parte da primeira temporada buscando entender seus poderes, volta a passar pelo mesmo problema. A impressão que tenho é que não se tinha mais história para a bruxa, forçando uma repetição de temática para ela ter uma faísca de relevância. A personagem Kory (Anna Diop) está também toda deslocada, a dama quase não aparece, e quando assim o faz é um arco entediante que pouco me importei de assistir. 

Ainda para piorar, os episódios de flash backs quebram totalmente a fluidez da série, que apesar de não serem ruins, estão encaixados também nos lugares errados. 

Assim como o início, o final também é totalmente bizarro. Tivemos uma luta até interessante entre Exterminador e Asa Noturna, mas que pouco é explorada. Tirando isso, os roteiristas pesam a mão em quase todos os acontecimentos, no sentido que você assiste a cena e pensa: “mas por que não fizeram isso?", “por que não fizeram aquilo?”, obviamente a resposta é simples, o roteiro não tem ferramentas para solucionar os problemas que construiu. Não satisfeitos a série consegue se afundar ainda mais na lama com a morte de Donna Troy (Conor Leslie), cena essa que faz jus ao adjetivo de bizarro. 

Eu ainda acredito no potencial de Titãs, porém o arco deixado em aberto para terceira temporada não é nada animador. Nos resta torcer que a produção consiga corrigir seus erros e passe a ter um pouco mais de criatividade. 

AVALIAÇÃO: 2.5