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O que Zack Snyder queria fazer com o Superman?

Homem de Aço


Publicado por: Lexrenato
 
Agora com a aproximação do tão aguardado Snyder Cut, finalmente teremos mais um gostinho do tão amado Superman do Henry Cavill. Porém, isso pode ser um "balde de água fria", já que recentemente o próprio Snyder disse que não tem mais interesse nas produções da DC, o que nos leva a pensar: Será a última vez que veremos Cavill como Superman? Esperamos de verdade que não!
 
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Alguns fãs já estão tentando fazer com que a Warner restaure o universo de Snyder, no entanto isso é um sonho que aparenta estar bastante distante (assim como estava o Snyder Cut).
 
Refletindo sobre toda essa bagunça que aconteceu na produtora, decidimos tentar responder uma pergunta que parece que até hoje alguns fãs não entenderam. Afinal, o que Zack Snyder queria fazer com o Superman?

Me deixe te contextualizar! Snyder foi contrato pela Warner para colocar em prática um universo compartilhado de heróis da DC no cinema, visto o sucesso estrondoso que a Marvel vinha fazendo com seu MCU. E para começar esse universo o diretor já chegou “chutando a porta”, trazendo o longa O Homem de Aço (2013), que apresentou uma versão totalmente diferente do Kryptoniano da qual estávamos acostumados. Tudo bem, disso tudo você já provavelmente sabe.

Se pensarmos sobre o clássico filme Superman (1978), o personagem foi tratado de forma mais fiel ao imaginário da maioria dos fãs, um herói carismático e que resolve simplesmente todos os problemas a sua volta, um verdadeiro representante da esperança para alguns. Bem diferente do Superman de Cavill.

Se voltarmos ao filme O Homem de Aço, o diretor demonstrou que mesmo com todos aqueles poderes, o novo Kryptoniano não levaria a vida numa boa. Uma das primeiras cenas que demonstra isso, é quando Jonathan Kent (Kevin Costner), está prestes a ser levado por um tornado, e naquele momento Clark poderia simplesmente ir e tirar o seu pai da situação de perigo, porém Jonathan acena para que o herói nada faça, fortalecendo o seu discurso que teve boa parte do filme, de que ele — o Superman — não poderia solucionar todos os problemas do mundo

Além dessa, Jonathan ainda lhe ensinou outra muita importante regra da vida, a regra da perda. Aqui Clark aprende que é necessário lidar com o sentimento de impotência. Diferentemente do clássico Superman de Reeve (e não entenda mal, eu amo esse filme), que até volta no tempo por que não consegue lidar com a morte de sua amada, esse novo representante da esperança postulado por Snyder, precisaria passar por muitas situações para crescer como herói. 

No final de O Homem de Aço, o Superman aprende também sobre a necessidade de escolhas realmente difíceis, decidir entre vida e a  morte. Falo é claro, da tão famosa cena em que ele quebra o pescoço de Zod (Michael Shannon). A cena em questão, que foi tão criticada por fãs — buscava enviar exatamente essa mensagem, a de que as vezes escolhas difíceis e extremas precisarão ser tomadas. Na visão dos mais conservadores, o nosso azulão deveria ser apenas mais um sorridente da justiça, e ponto final.

Em Batman vs Superman (2016) — e já deixo claro que reconheço os diversos problemas que o longa apresenta — o Kryptoniano agora precisa lidar com as consequências do que fez na cidade em sua batalha contra Zod. Além disso — em um ato de terrorismo de Lex Luthor — ele aprende mais uma vez que não consegue salvar todo mundo, e pior, alguns irão morrer indiretamente por sua causa. Até aqui, Snyder mostrou um Superman que sofre, que precisa refletir sobre o que fez e o que fará adiante. Mas aí...
 
O Snyderverse acabou!

Chegando no tão odiado Liga da Justiça (2017), vimos o que não gostaríamos de ver. Dessa vez o Superman reaparece quase como por mágica (pois tinha morrido dramaticamente no filme anterior), e agora, sem o menor esforço, derrota o inimigo enquanto faz graça. Aqui, a visão de Snyder foi jogada para o espaço pelos executivos da Warner e por seu algoz Joss Whedon. O filme virou aquela pandeguice que todos nós já conhecemos.
 
E a resposta? Bem, Snyder tentava criar um personagem reflexivo, um herói que apesar do endeusamento, estava sendo humanizado. Questões únicas e pouco pensadas no universo de longas baseados em HQ’s. Esse Superman tinha tudo para ser o real significado da esperança, já que, são nos momentos de dor que entendemos o que realmente essa palavra representa. Possivelmente, teríamos um Superman bem construído, no qual entenderíamos todas as suas dores, e saberíamos exatamente de onde sua esperança vem.

Infelizmente, talvez nunca mais sejamos capazes de usar o cinema como ferramenta de tais reflexões no mundo de heróis, já que, estaremos mais preocupados com a qualidade das piadas. 

Um abraço!