Parasita | Crítica
ESSE ARTIGO NÃO CONTÉM SPOILERS
Candidato fortíssimo ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro para o Oscar de 2020, “Parasita” – do diretor Bong Joon-ho – trouxe uma história simples, mas que aborda um tema social bastante complexo. Com isso, o longa vem gerando muitas discussões sobre a natureza da luta de classes.
No sentido “simples” o roteiro traz uma dinâmica fácil
de se compreender, os diálogos expositivos que as vezes falam do próprio filme,
estampam na sua cara sobre do que a obra se trata. É importante dizer aqui que
não estou falando de um ponto negativo, ao contrário, a escolha da direção de
abordar o tema com simplicidade é louvável, tanto por não achar que o
telespectador é burro, e não compreenderia a sua discussão, como também por não
deixar o tema denso demais, o que poderia fazer do longa algo sofrível de acompanhar.
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O filme já deixa claro de
início que não é nenhum tipo de glamorização da pobreza, aqui, os pobres
cheiram mal, sua casa é suja e cheia de insetos e eles moram abaixo até do
nível da rua. É interessante pensar nesse ponto em que, para ir até onde moram
os ricos há sempre uma subida, e para ir onde moram os pobres há sempre
descidas, essa correlação não é nada inovadora, porém é uma boa analogia da direção.
A relação parasitária se dá
a partir do momento em que a família menos favorecida começa a se aproveitar da
ingenuidade da classe mais rica, no entanto, essa dinâmica vai se tornando cada
vez mais humilhante principalmente ao pai da família Kim Ki-taek (Song Kang-ho),
que por sinal faz um trabalho maravilhoso de interpretação. Os momentos
humilhantes dão um aperto no peito.
O longa subverte algumas “regras” do cinema ao criar uma
estrutura fora do comum, e que agrada aos olhos principalmente dos que estão
cansados da fórmula Hollywoodiana de
ser. Não fica fácil definir por exemplo, se o filme tem três ou quatro atos, e
o longa ainda inverte a relação de ascensão dos protagonistas, mais um grande
acerto da direção.
Ainda no quesito qualidades,
o filme te envolve de tal maneira que é fácil assisti-lo, e as reviravoltas que
o roteiro dá te levam para um caminho totalmente surpreendente.
NOTA
DO FILME: 8.7
O representante do Brasil
para o Oscar ficou com o longa “A Vida Invisível”, vamos torcer.