Marianne | Crítica
Marianne
é uma série de TV francesa, ancorada no terror/suspense e tem criação e direção
de Samuel Bodin. A obra não tem grandes pretensões, porém vem conquistando alguns fãs. Marianne recentemente estreou no catálogo da Netflix.
A
série foca em Emma (Victoire Du Bois), uma escritora atormentada pelo espírito
de uma bruxa antiga, e nesse quesito “atormentada”
a atriz se sai maravilhosamente bem. É um deleite durante toda a série ver
as camadas bem construídas da personagem - seus medos, angústias, certezas – o que
faz você se identificar rapidamente com a humanidade da moça. Não existem
atitudes “sem sentido” que a própria tomaria apenas para trama continuar, como
muitos roteiros assim o fazem, tudo que acontece é plenamente crível dentro daquele
universo, um grande ponto para a obra.
Os
clichês estão todos lá, desde os mais simples aos mais complexos, no entanto,
falar de clichês nem sempre é um demérito da produção, até por que essas
técnicas continuam causando um impacto excelente ao grande público. Sendo
assim, como a maioria desses clichês foram bem executados, você fica com a
sensação de ter visto aquilo antes, mas de ter gostado assim mesmo.
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Em relação aos efeitos visuais, é fácil perceber que a série não teve tanto dinheiro para gastar com essa pauta, porém, nada irá te tirar da obra, já que na maioria das vezes o diretor usa de técnicas simples – como aceleração de cena – para esconder esses detalhes. Por ser uma produção francesa, a sensação de algo novo esteve constantemente comigo, e possivelmente estará contigo também, pois estamos muito habituados a obras de terror unicamente estadunidenses.
Ainda
como pontos altos, no início de cada episódio é feita uma citação de grandes autores - como Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft - que apesar de serem citações curtas, são belos momentos para quem gosta do gênero.
A
obra, porém, peca em ter uma trama bastante arrastada, pois invertem o foco para
a construção dos personagens, sendo isso um ponto bem subjetivo, já que tem
aqueles que gostam de uma trama mais direta e outros não. É estranho também
perceber que os acontecimentos não têm grande impacto a volta dos personagens,
assassinatos ocorrem em vários instantes e a mobilização da cidade é quase
zero.
O
final infelizmente deve ser o pior que a série tem, pois, a direção tentou
encaixar um Plot Twist que destruiu
uma daquelas camadas que falei da personagem, que apesar de ser compreensível –
já que foi interessante deixar uma ponta para uma possível continuação – foi
também tão desnecessário que me fez encerrar a série com um gostinho amargo.
NOTA
DA SÉRIE: 7,0
Deixo
aqui uma menção especial a atriz Mireille Herbstmeyer (Sra. Daugeron), sua interpretação é
simplesmente fantástica e amedrontadora.