Toy Story 4 | Crítica
ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS!
Eita nós, estou aqui mais uma vez para falar da Pixar, eu
não sei quantas vezes já elogiei esse estúdio. Quando já achávamos que Toy
Story tinha encerrado no terceiro (ao menos eu achei), somos surpreendidos por
mais uma aventura do Cowboy Woody e seus amigos.
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Quem está acostumado as minhas críticas, já sabe que tenho a
tendência a "pegar pesado"
com a maioria das produções, isso por que, em muitas delas não se percebe um
cuidado com o telespectador, fico muitas vezes triste em perceber que a obra
foi feita apenas para gerar renda (tipo Fênix Negra).
Aqui não, tudo é muito bem pensando, não sei dizer se é o
melhor filme da franquia – até por que não gosto tanto de comparações – mas
essa nova obra com certeza mantém o nível do que já se espera da Pixar. Nível
de emoções.
A animação:
A animação está maravilhosa, percebe-se as texturas das
poeiras, dos bonecos, da madeira, vidro e muito mais, chega a ser
impressionante pensarmos o quão real e não real está tudo aquilo. Sabemos do
poder da computação gráfica, mas ela não faz milagres sozinha, é preciso toda
uma equipe de pessoas focadas para fazer algo tão lindo. Não se engane por que
as pessoas não parecem pessoas reais, isso é apenas um artifício para te lembrar
que é uma animação.
Os personagens:
Betty é uma mulher forte, independente, ela sabe de onde
veio e para onde vai. É uma bela de uma mensagem para aquelas pequenas meninas
no cinema, que elas podem escolher os seus sonhos, que não precisam ser
exposições, vítimas de um padrão de beleza, ou de prateleiras. Talvez uma
mensagem de veras complexa, mas que mesmo pincelada, está construindo um ideal
em suas cabecinhas. Mesmo sendo uma boneca considerada “linda”, Betty é a líder,
ela organiza os planos, ela chama, ela vai, e sua beleza física nunca é o foco
da questão.
Garfinho (a estrela do filme) veio do lixo, e é para o lixo
que ele quer voltar. Mais uma vez, pode ser compreendido com estados atuais.
Não é à toa que Garfinho gera tanta identificação, ele é um reflexo do espelho
de muita gente, um reflexo triste e desanimado. Mas ele tem o seu momento, ao final de seu arco ele se aceita como brinquedo, independentemente
de onde ele veio. Não é graças a chegada da Faquinha, ali Garfinho já era ele
mesmo, se aceitando como lixo, e como lixo sabendo o quanto é necessário. Não é a primeira vez que o estúdio aborda esse tema, que fica subentendido para você que assistir.
O Woody é o cowboy de sempre, sempre preocupado com todos a
sua volta, característica essa dada desde o início de sua criação, no entanto, agora Woody
precisa aprender que as coisas mudam, que ele precisa seguir em frente, que
novos sonhos e novos objetivos são necessários para que os olhos voltem a
brilhar. Mesmo sendo o Woody de sempre, ele aprende que pode ser um Woody diferente.
Temos ainda Gaby, Gaby e Duke Kaboom, que além da velha mensagem de superação, é capaz de conversar também sobre ansiedade e a busca incessante de objetivos falhos.
Qual a mensagem do filme?
A Pixar têm uma habilidade fantástica em fazer obras para
todos os públicos, desde a criança com poucos anos de idade, que estava lá no
cinema de olhos vidrados, até nós, adultos chatos e cheios de problemas. O filme
é um deleite, é fofinho, é lindo, é muito engraçado, porém, é também sobre
aceitação, sobre compreensão, independência, e acima de tudo, é sobre nossos sentimentos
e sobre a nossa vida.
Não tem nota hoje. Um abraço.