Viva - A Vida é uma Festa | Crítica
ESTE ARTIGO NÃO CONTÉM SPOILERS!
Estou aqui mais uma vez
para falar da Pixar, ahhhh Pixar, por que você me tortura tanto. Essa produtora
é a responsável por talvez as melhores animações que já assisti na vida,
prometo não estar exagerando. E ainda, junto a Pixar, precisamos citar também o
diretor Lee Unkrich, que
teve direção em Toy Story 3 e codireção
em Procurando o Nemo, ou seja,
estamos falando de uma parceria de sucesso, que tinha tudo para dar certo, e é
claro que deu!
O filme conta a história de
Miguel, um garoto de 12 anos que tem um sonho de ser músico. O problema central
é que ele vai contra os “valores” da sua família que proibi permanentemente
qualquer tipo de música na casa. Ele acaba indo parar no mundo dos mortos
justamente no “Dia dos Mortos”, um famoso feriado da cultura Mexicana.
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A obra não é perfeita
claro, a lógica de que para “sobreviver” no mundo dos mortos você precisa ser
lembrado pode ter um subtexto do qual se precisa fazer qualquer coisa para ser famoso,
para que quando você estiver morto, possa ter essa recompensa. Obviamente não é
essa a mensagem central que filme pretende passar. Fora isso, temos que
considerar também, que a família não é tudo que se tem na vida, a lógica do
filme supervaloriza esse núcleo a tal ponto que pode fazer alguns desistirem de
seus objetivos por familiares egoístas (sendo um pouco extremista). É
necessário que você saiba quando quebrar a corrente com sua família, e entender
que o problema deles nem sempre será o seu. Porémmmmmm, a obra arrasa
em muitos outros aspectos. A qualidade da animação está em um nível tão
incrível que mesmo eles preferindo não dar características realistas aos
personagens, os detalhes são tão lindos que saltam aos olhos dos mais
observadores, como por exemplo, a textura da Mama, a poeira do violão velho ou
até as pedras colocadas pelas ruas da cidade, nesse quesito a nota só é 10 por
que não dá para subir mais.
Coco é também um musical,
e ele traz músicas bem divertidas e animadas que ficam alguns dias na sua
cabeça. A equipe de produção soube dosar muito bem os momentos das músicas,
muito bem colocadas no contexto do filme. Particularmente não sou muito fã de
musicais, por que os mesmos em sua maioria têm uma música a cada 5 minutos e
isso se torna muito maçante, no entanto, aqui nessa obra isso não acontece,
você nem vai se incomodar caso não tenha amor pelos musicais ... Ohhh mia amor
oh mia amor!
O filme consegue ainda
atingir um público imensamente amplo, ele vai como uma flecha lá no coração de
muitos adultos, mas, consegue também prender as crianças de uma forma
aplaudível, usando elementos como o cachorro meio biruta, um colorido vibrante
e animais gigantes. Praticamente todas as crianças que estavam perto de minha
cadeira no cinema, ficaram lá quietinhas assistindo.
Sem dar spoilers, o
contexto principal do filme é a família, então muito cuidado para não
interpretar mal a mensagem, o filme em si, busca trazer de volta as lembranças
e sentimentos por pessoas que você talvez já tenha esquecido, e essa mensagem,
quando bem vista, torna o filme ainda mais espetacular do que ele já é.
Coco sabe emocionar, sabe
impressionar com os efeitos visuais, sabe fazer você adorar as músicas, sabe
fazer você torcer pelos personagens, sabe prender a atenção das crianças, sabe
até fazer você querer assistir de novo. Em resumo é isso, essa animação SABE se
destacar, e é por isso que entra para o Hal da Fama das animações. Não é de se
surpreender que o filme entrou para lista de indicados a Melhor Animação nesse
Oscar de 2018.
Corre no cinema, você
provavelmente não vai esquecer desse filme por um bom tempo. Um abraço pessoal!